31.12.09

Ten in 2010


Parched, cracked mouths, empty swollen guts
sun?baked pavement encroaches on us
haves and have?nots together at last

brutally engaged in mortal combat
10 in 2010

what kind of God orchestrates such a thing?
10 in 2010
ten billion people all suffering
10 in 2010
truth is not an issue just hungry mouths to feed
10 in 2010
forget what you want, scrounge the things you need

happy and content it can't happen to you
10 in 2010
fifteen years we'll think of a solution
10 in 2010
it won't just appear in one day
10 in 2010
for ten in twenty?ten we're well on our way

like piercing ear darts, I heard the news today
10 in 2010
10 billion people...coming your way

Por um mundo + AWAY! 2000inove!

30.12.09

Cause everybody's gotta die sometime


Before the story begins, is it such a sin,
for me to take what's mine, until the end of time
We were more than friends, before the story ends,
And I will take what's mine, create what God would never design

Our love had been so strong for far too long,
I was weak with fear that
something would go wrong,
before the possibilities came true,
I took all possibility from you

Almost laughed myself to tears,
(ha hahahahaha)
conjuring her deepest fears
(come here you fucking bitch)

Must have stabbed her fifty fucking times,
I can't believe it,
Ripped her heart out right before her eyes,
Eyes over easy, eat it, eat it, eat it

She was never this good in bed even when she was sleeping
now she's just so perfect I've never been quite so fucking deep in
it goes on and on and on,
I can keep you looking young and preserved forever,
with a fountain to spray on your youth whenever

'Cause I really always knew that my little crime
would be cold that's why I got a heater for your thighs
and I know, I know it's not your time
but bye, bye
and a word to the wise when the fire dies
you think it's over but it's just begun
but baby don't cry

You had my heart, at least for the most part
'Cause everybody's gotta die sometime,
We fell apart, let's make a new start
'Cause everybody's gotta die sometime, yeah
but baby don't cry

Now possibilities I'd never considered,
are occurring the likes of which I'd never heard,
Now an angry soul comes back from beyond the grave,
to repossess a body with which I'd misbehaved

Smiling right from ear to ear
Almost laughed herself to tears

Must have stabbed him fifty fucking times
I can't believe it
Ripped his heart out right before his eyes
Eyes over easy, eat it, eat it, eat it

Now that it's done I realize the error of my ways
I must venture back to apologize from somewhere far beyond the grave

I gotta make up for what I've done
'Cause I was all up in a piece of heaven
while you burned in hell, no peace forever

'Cause I really always knew that my little crime
would be cold that's why I got a heater for your thighs
and I know, I know it's not your time
but bye, bye
and a word to the wise when the fire dies
you think it's over but it's just begun
but baby don't cry

You had my heart, at least for the most part
'Cause everybody's gotta die sometime,
We fell apart, let's make a new start
'Cause everybody's gotta die sometime, yeah
But baby don't cry

I will suffer for so long
(What will you do, not long enough)
To make it up to you
(I pray to God that you do)
I'll do whatever you want me to do
(Well then I'll grant you one chance) *
And if it's not enough
(If it's not enough, If it's not enough)
If it's not enough
(Not enough)
Try again
(Try again)
And again
(And again)
Over and over again

We're coming back, coming back
We'll live forever, live forever
Let's have wedding, have a wedding
Let's start the killing, start the killing

"Do you take this man in death for the rest of your unnatural life?"
"Yes, I do"
"Do you take this woman in death for the rest of your unnatural life?"
"I do"
"I now pronounce you"

'Cause I really always knew that my little crime
would be cold that's why I got a heater for your thighs
and I know, I know it's not your time
but bye, bye
And a word to the wise when the fire dies
you think it's over but it's just begun
but baby don't cry

You had my heart, at least for the most part
'Cause everybody's gotta die sometime,
We fell apart, let's make a new start
'Cause everybody's gotta die sometime, yeah
But baby don't cry

R.I.P. Jimmy “The Rev” Sullivan
Por um Mundo + AWAY! 2000inove!

27.12.09

Words are all I have


Smile an everlasting smile,
A smile can bring you near to me
Don't ever let me find you gone
'Cause that would bring a tear to me

This world has lost it's glory,
Let's start a brand new story now, my love
Right now there'll be no other time
And I can show you how, my love

Talk in everlasting words
And dedicate them all to me
And I will give you all my life
I'm here if you should call to me

You think that I don't even mean
A single word I say
It's only words, and words are all I have
To take your heart away

Ouvir essa música sempre me faz sentir uma coisa boa...
Por um Mundo + AWAY! 2000inove!

24.12.09

Fim de tarde em tons de sépia

Ele ficou olhando pra ela, enquanto ela olhava para o horizonte, era uma daquelas tardes em tom de sépia. Ambos estavam na beira do rio, ela olhava o pôr-do-sol, ele olhava ela, o Sol olhava para os dois.

Tudo durou cerca de 30 segundos, ele não tinha a mínima idéia do que se passava dentro da cabeça dela. Será que ela pensa na formação do Sol? Será que ela sabe que ele é formado de Hidrogênio, Hélio, Nitrogênio, Carbono, neon, Ferro, Silício, Magnésio e enxofre? Será que ela pensa nos pássaros e para onde estão indo? Será que ela pensa que fora daqui existe vida? Será que ela pensa... Em nós?
Enquanto ele pensava no que ela pensava, também pipocavam diversas idéias sobre o que poderia fazer naquela hora.
Ele queria falar com ela sobre o que sentia naquele momento. Queira quebrar aquele silêncio, mas ao mesmo tempo, não queria mudar aquela imagem, o rosto dela de lado, olhando para o horizonte, vendo o Sol cada vez menor, sem esperar pelo raio verde, apenas pra pensar no que ela estava pensando, seja lá o que fosse.
Ele pensou tanto naquilo que acabou imaginando a cena e, na sua mente, ele falou tudo o que lhe veio naquele momento:

"Cara, como tu é linda. Eu sei que já te disse isso, mas faz tempo, eu acho. Eu acho lindo teu olhar, teu jeito espontâneo, tua originalidade...
Eu lembro do instante em que te vi pela primeira vez, desde aquele pequeno momento já me apaixonei, e tu sabe disso. Fiquei te enchendo o saco só pra ficar mais tempo perto de ti. Ainda éramos praticamente crianças. lembro daquele fim-de-semana que passamos bem pertinho, tu ali, sentada o tempo todo, bem perto e de frente pra mim, enquanto eu falava por horas pra um monte de gente. Lembro de uma vez que nos encontramos no ônibus bem sem querer, o dia era meio chuvoso, acho que era época de copa. Lembro que o beijo mais longo da minha vida foi contigo, lembro de ti cantando no meu ouvido uma música que eu não gosto, mas, por causa daquilo, amo ao mesmo tempo. Lembro como tu escrevia músicas pra mim em cartas e como amava tudo aquilo, as músicas, tuas palavras, tua letra. Lembro bem de quando tu disse que não estava pronta para aquilo. Lembro como fiquei quando vi que tu tava namorando, mesmo eu estando namorando. Não lembro como voltamos a nos falar com alguma frequência e mal lembro de quanto tempo passou, não sei se foram só algumas horas ou décadas, disso, eu não lembro. Mas, lembro de como lembrei de tudo em um piscar de olhos e tudo aquilo que tinha ficado pra trás voltou. Lembro que fizemos promessas e de como foi bom ver o Sol nascer contigo, ver teu olhar de novo, tão de perto. Teu lindos olhos e teu sorriso, não é que nem o da Mona Lisa, mas tem aquele mistério, tua carinha de menina sapeca, que em um segundo muda pra uma mais séria, teu beijo, tuas covinhas, teu abraço, teu cheiro. Não esqueça das promessas, eu não vou esquecer.
A coisa contigo sempre foi assim, pra mim é como uma música. A poesia é perfeita e a melodia fica variando magicamente, sempre em um ritmo que eu adoro. Sempre tenho vontade de dançar a música mais uma vez.
Eu dei toda essa volta nas palavras só pra te dizer uma coisa..."

Os 30 segundos passaram, o Sol parou de vê-los, ela parou de olhar pro Sol, e ele parou de olhar pra ela. A tarde em tons de sépia se foi, eles também, se foram. E nenhuma daquelas palavras foi dita.

Será que ela pensava em patos?

16.12.09

É Old, mas é Gold!

Vídeo da semana, que o @Seko_o me mostrou. Ele também inaugurou seu próprio blog, o Blog do Caveira. Irmão do Esqueleto, que quer matar o He-man...
Visitem e façam o garoto gostar da idéia, vale a pena.

Além disso, também mostramos um vídeo novo, um garotinho cantando e tocando melhor que eu o.O! Esse tem futuro.

Enjoy!

Por um mundo + AWAY! 2000inove!

8.12.09

O jantar da dama de vermelho

Ela termina de se arrumar na frente do espelho. Escolhe cuidadosamente os brincos que vai usar, tudo tem que estar impecável, afinal, este não é um simples jantar, esta noite é especial.
Loira, olhos penetrantes e apaixonantes, lábios vermelhos como duas cerejas maduras, longo vestido vermelho, salto fino e alto, seu perfume mais caro, e agora, seus brincos mais belos.
A comida já está quase pronta, já está na hora que combinaram e a ansiedade toma conta.
O interfone toca, ela abre a porta. Enquanto ele sobe os três andares de escada, suas pernas tremem, seu coração acelera, suas mãos, suadas e frias.
Ele chega, entra, os dois dão três beijos no rosto, ele lhe entrega as flores que trouxe.

A conversa começa, são cerca de 20hs, ele senta à mesa, ela termina de preparar o jantar e põe à mesa. O jantar começa, ela preparou o prato que melhor prepara, preparou com gosto, com vontade, o jantar tem um gosto sem igual, a vontade de fazer este jantar era tanta que nem mesmo no restaurante mais caro se comeria algo com tanto sabor, com tanta cor, com tanta vida, com tanta vontade de "quero mais".
Os dois começam a conversar sobre diversas coisas, começam falando da mãe dela, em como ela partiu recentemente, em como os dois gostavam dela, nas coisas boas que tinham passado com ela. Em seguida a comida é elogiada, de fato, a comida estava maravilhosa e seguiu sendo elogiada periodicamente. Em seguida, o foco da conversa virou ela. Ela estava maravilhosa, linda como uma celebridade no tapete vermelho de Hollywood. Aquele vestido vermelho com aqueles cabelos loiros formavam uma mistura tão atraente que dificilmente alguém recusaria um jantar como este com uma mulher como ela.
A conversa se prolongou, ambos foram bebendo vinho e comendo, quando perceberam, já se passavam das 23h e a primeira garrafa já havia acabado há tempo.
Ela, com seus vinte e poucos anos, ele, já na casa dos cinquenta. Eram, naquele momento, duas pessoas de mesma idade conversando e tendo uma ótima noite, comendo uma comida maravilhosa.

Ela levantou-se com a promessa de pegar mais vinho. Foi até a cozinha. Pegou a garrafa do melhor vinho que havia encontrado, pois ela sabia que ele, embora não bebesse muito, conhecia um pouco de vinho, ou, pelo menos, fazia o tipo, como sempre o fez para tudo. Sempre metia-se em tudo, sempre mostrava-se como conhecedor de qualquer assunto que fosse falado.
Ela pegou o vinho e o veneno que havia guardado, demorou para conseguir abrir a garrafa. Ele ofereceu ajuda, ela, obviamente, recusou.
Após abrir a garrafa, com o veneno em mãos, ela pensou se faria ou não o que estava prestes à fazer, se, de fato, isso era realmente necessário. A noite havia sido tão agradável, ele foi tão gentil, as flores estavam tão bonitas na mesa e, ela mesma, estava tão linda, aquele vestido vermelho havia lhe caído tão bem...
Então vieram as lembranças de sua mãe doente, de como ela foi tratada por ele nos anos que passaram juntos e, de, como ela estava sendo importunada por ele após à morte de sua mãe. De como ele sempre foi arrogante, mentiroso, mesquinho e aproveitador, aproveitando-se de sua mãe por um longo período.
O veneno foi virado todo dentro da garrafa de vinho. Ela levou o vinho à mesa, ele os serviu, os dois brindaram e ele tomou a taça, enquanto ela disfarçou. Ele elogiou o vinho, disse se tratar de uma boa safra, elogiou a cor, a textura e o sabor. Ela sorriu, um sorriso feliz, pois ao ouvir aquelas baboseiras típicas dele, teve certeza de que tinha feito o correto.
Ele levantou-se, pediu licença e correu ao banheiro, estava com náuseas. Ela, do lado de fora, ouviu ele passando mal e, quando tudo ficou em silêncio, abriu a porta. Ele estava lá, bem vestido, arrumado, limpo, escorado na parede e sem inalar mais ar.

Ela voltou à mesa e continuou a comer. Agora sim, o prato lhe parecia delicioso, realmente a comida estava, agora ainda mais, divina.

5.12.09

Vozes que arrancam sorrisos

Um novo ídolo, pra competir com Maicon Night surgiu este ano. O cara tem a manha, assistam e se divirtam, esse merece.

E, a narração do exército que o Seko me mostrou faz um tempinho. Vale a pena, principalmente pela parte do "jogar war", hahaha...

Por um mundo + AWAY! 2000inove!

3.12.09

Penso, logo desisto - 5

LIVRE ARBÍTRIO

No que deve ser o mais intrigante dos experimentos, em meados dos anos 1980 o pesquisador Benjamin Libet pediu que as pessoas fizessem algo como dobrar o pulso. Nada especial, ele também espalhou uma série de sensores para detectar a atividade cerebral bem como detectar quando o pulso foi dobrado.


Tentando descobrir mais a respeito de como o cérebro toma uma decisão – como mexer o pulso – ele também pediu que os sujeitos olhassem para um ponto girando rapidamente como um relógio. Quando eles sentissem a vontade, a decisão de apertar o botão, deveriam relatar aonde o ponto estava no relógio. Assim Libet teria uma idéia do momento em que a decisão foi tomada no cérebro.







Imagem de "Free Will and Free Won’t"


Como esperado, a tomada de decisão ocorreu em torno de 200 milisegundos antes do movimento ser realizado de fato. Leva algum tempo para que ela chegue até nossos músculos. Porém, o resultado realmente intrigante esteve associado à atividade cerebral e algo chamado “potencial pré-motor”.


Já há algumas décadas se sabia que a ação voluntária como mexer um dedo é precedida por um padrão de onda cerebral característico, batizado de “potencial pré-motor”. Antes de realizar um movimento voluntário como mexer o pulso, seu cérebro produz esse padrão.


O que Libet descobriu foi que o potencial pré-motor antecede a decisão consciente relatada em até 350 milisegundos. Isto é, quase meio segundo antes de você “sentir” a vontade de apertar um botão, seu cérebro já esteve maquinando a idéia, produzindo um padrão que já indicava que você iria tomar essa decisão.


Neste caso, seu livre arbítrio, a sensação de decidir

mexer o pulso, naquele exato momento, seria apenas uma ilusão. Levaria mais tempo para essa atividade inconsciente chegar até a sua consciência como uma decisão “sua” do que a decisão leva para ser executada de fato pelos seus músculos. Sua consciência

seria algo como um marionete de processos cerebrais inconscientes.


As interpretações e conseqüências deste experimento ainda não foram completamente exploradas nem mesmo pela ciência. O próprio Libet evitou especular muito a respeito. A experiência é perturbadora mesmo sem abordar questões de determinismo, tantalizantes por si só.








A PÍLULA VERMELHA

Como a

psicóloga inglesa Susan Blackmore define em

um de seus trabalhos
, “uma ilusão não é algo que não existe, como um fantasma ou o flogisto. Ao invés, é algo que não é o que parece ser, como uma ilusão ótica ou uma miragem. Quando digo que a consciência é uma ilusão, não quero dizer que a consciência não existe. Quero dizer que a consciência não é o que parece ser”.


Suponha que o livre arbítrio seja realmente uma ilusão, que suas decisões são em verdade fruto de diversas atividades cerebrais inconscientes que só depois, retrospectivamente, são entendidas e rotuladas como sua, como o consciente, como

você.


Já vimos como somos bons em justificar decisões que não são nossas, no caso da troca de fotografias. Também vimos como mesmo memórias que não vivemos podem ser implantadas em nosso cérebro, no caso do Pernalonga na Disney.


Também descobrimos que não vemos tudo o que achamos que vemos, com a “cegueira de atenção”, e mesmo como o cérebro preenche vazios, como o ponto cego de nossa retina.


Nas colunas anteriores, também vimos como o som que escutamos pode ser alterado pela imagem que observamos, ou como podemos enxergar cores que não existem.


Este é o deserto concreto da realidade: nossa percepção até de nós mesmos é em grande parte uma ilusão. Não quer dizer que não existamos, ou mesmo que não tenhamos consciência ou livre-arbítrio. Mas a ciência seguramente evidencia que eles não são o que aparentam.


O que muitos devem se perguntar então é: se coisas tão básicas são ilusões, como conseguimos sobreviver na realidade? A resposta é que são justamente estas ilusões que nos permitem sobreviver no mundo, apesar das severas limitações de nossa biologia. Lembre-se de que nosso cérebro não armazena nem percebe tudo que vemos, mas ele funciona quase tão bem como se o fizesse.


Se víssemos o mundo invertido ou com um ponto cego como ele aparece em nossas retinas, se tivéssemos consciência constante de que nossas memórias são muito pouco confiáveis e de que podemos racionalizar decisões alheias como se fossem

nossas, provavelmente morreríamos em algumas horas na savana selvagem.


Mas se todas estas ilusões nos ajudaram a sobreviver, isso não significa que devamos nos confortar em simplesmente vivê-las. Assim como a “Matrix” pode sustentar pessoas em casulos fornecendo um mundo virtual enquanto drena suas energias, viver feliz na ignorância sem questionar ou querer saber mais sobre as ilusões que vivemos pode nos tornar tão inúteis quanto uma pilha Duracell descarregada.


Se você tomou a pílula vermelha, deve questionar o que percebe, o que ouve, assiste, o que lê. Mesmo o que pensa, ou o que acha que pensa. É o pensamento crítico, o questionamento racional, e é a ferramenta libertadora que está no cerne do que é a verdadeira Ciência. A verdadeira pílula vermelha que vem desvendando depois de milênios os mistérios da maior da ilusões: sua própria mente.




Concluindo os posts anteriores, excelente texto de Kentaro Mori, divulgado no Dúvida Razoável, do Sedentário & Hiperativo.
Por um Mundo + AWAY! 2000inove!

2.12.09

Penso, logo desisto - 4



CONFABULAÇÃO






Era uma vez, em um reino distante, onde cientistas mostraram a voluntários alguns pares de fotografias de rostos de mulheres. “Qual lhes parece mais atraente?”, os cientistas perguntavam. Quando o voluntário revelava sua escolha, os cientistas pediam que ele descrevesse as razões para explicar sua escolha. “Essa é radiante!”. “Eu gosto de brincos!”, os voluntários explicavam.


Mas o que os voluntários não sabiam é que os cientistas eram muito serelepes, e algumas vezes usavam um truque para trocar as fotos. Detalhe importante: depois que a escolha já havia sido feita. Desta forma, pediam para que o voluntário explicasse por que

havia escolhido como mais atraente o rosto que, em verdade, não havia escolhido como o mais belo.


Curiosamente, apenas uma em cada cinco vezes a troca foi percebida. Como demonstramos há pouco, com o truque de cartas, esta seria a “cegueira da atenção”. Mas é aqui que a história fica ainda mais interessante, porque além de não perceber a troca,

parte dos voluntários foram capazes de descrever em detalhe por que haviam escolhido como mais atraente o rosto que em verdade não haviam escolhido!


Não apenas isso. As justificativas que os voluntários deram eram incrivelmente similares às justificativas dadas para os rostos que de fato haviam escolhido. Eles estavam em verdade confabulando, isto é, inventando e justificando uma escolha que não era sua. E o faziam muito bem.


Esta não é uma história da carochinha, claro. É mais um

experimento psicológico
, desta vez realizado há um par de anos por pesquisadores suecos e americanos. Seus resultados podem parecer inacreditáveis, mas não mais do que o último experimento em nossa coluna desta semana.


Continuando o post anterior, excelente texto de Kentaro Mori, divulgado no Dúvida Razoável, do Sedentário & Hiperativo.
Por um Mundo + AWAY! 2000inove!

1.12.09

Penso, logo desisto - 3



PERNALONGA




Não apenas não vemos tudo que achamos que vemos, como mesmo aquilo que achamos que já vimos, nossa memória, funciona de forma diferente da que acreditamos. Isto é demonstrado de forma clara pela síndrome da falsa memória.


Em

mais um experimento, a psicóloga americana Elizabeth Loftus mostrou a vários sujeitos propagandas da Disneyworld, incluindo uma inocente apresentação do personagem Pernalonga cumprimentando algumas crianças no parque. Pouco tempo depois, a psicóloga fez uma pergunta sugestiva a eles. Será que eles se lembrariam, quando haviam ido à Disney, de ter encontrado o Pernalonga e “abraçado seu corpo felpudo e mexido em suas orelhas macias”?


Até um terço dos sujeitos disseram se lembrar de ter feito isso. Mas eles nunca o fizeram, porque você vê, o Pernalonga é um personagem da Warner que nunca esteve na Disneyworld — Warner e Disney são concorrentes, é o motivo pelo qual você nunca viu Mickey e Pernalonga no mesmo desenho. Até onde sabemos, ninguém jamais abraçou o coelho da Warner na Disney. A

propaganda mostrando a cena era uma montagem.


O que Loftus fez foi implantar uma falsa memória. Ela também o fez sugerindo a pessoas que haviam se perdido em um shopping quando crianças: a memória do acontecimento fictício passou a fazer parte das lembranças dos sujeitos, como

qualquer outra.


Lembra-se do “Vingador do Futuro”? Implantar falsas memórias na mente das pessoas não requer equipamentos da Rekal Inc., basta algumas sugestões certas.

Isto é especialmente verdade com a hipnose e pessoas sugestionáveis, mas o

surgimento de falsas memórias ocorre em maior ou menor grau em todos. Longe de ser um enorme arquivo de registros, nossa memória é maleável e facilmente manipulável.


Hora para uma fábula.


Continuando o post anterior, excelente texto de Kentaro Mori, divulgado no Dúvida Razoável, do Sedentário & Hiperativo.
Por um Mundo + AWAY! 2000inove!