2.12.09

Penso, logo desisto - 4



CONFABULAÇÃO






Era uma vez, em um reino distante, onde cientistas mostraram a voluntários alguns pares de fotografias de rostos de mulheres. “Qual lhes parece mais atraente?”, os cientistas perguntavam. Quando o voluntário revelava sua escolha, os cientistas pediam que ele descrevesse as razões para explicar sua escolha. “Essa é radiante!”. “Eu gosto de brincos!”, os voluntários explicavam.


Mas o que os voluntários não sabiam é que os cientistas eram muito serelepes, e algumas vezes usavam um truque para trocar as fotos. Detalhe importante: depois que a escolha já havia sido feita. Desta forma, pediam para que o voluntário explicasse por que

havia escolhido como mais atraente o rosto que, em verdade, não havia escolhido como o mais belo.


Curiosamente, apenas uma em cada cinco vezes a troca foi percebida. Como demonstramos há pouco, com o truque de cartas, esta seria a “cegueira da atenção”. Mas é aqui que a história fica ainda mais interessante, porque além de não perceber a troca,

parte dos voluntários foram capazes de descrever em detalhe por que haviam escolhido como mais atraente o rosto que em verdade não haviam escolhido!


Não apenas isso. As justificativas que os voluntários deram eram incrivelmente similares às justificativas dadas para os rostos que de fato haviam escolhido. Eles estavam em verdade confabulando, isto é, inventando e justificando uma escolha que não era sua. E o faziam muito bem.


Esta não é uma história da carochinha, claro. É mais um

experimento psicológico
, desta vez realizado há um par de anos por pesquisadores suecos e americanos. Seus resultados podem parecer inacreditáveis, mas não mais do que o último experimento em nossa coluna desta semana.


Continuando o post anterior, excelente texto de Kentaro Mori, divulgado no Dúvida Razoável, do Sedentário & Hiperativo.
Por um Mundo + AWAY! 2000inove!

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