14.3.11

Ela melhora a sua velocidade, mas não necessariamente a sua habilidade

Johann Sebastian Bach adorava um cafezinho. Assim como Voltaire, Balzac e muitas outras grandes mentes. Mas o tipo de trabalho que eles realizavam não necessariamente era beneficiado por um elevado consumo de café – a não ser que eles fossem gênios tão grandes a ponto de encarar a construção das suas obras como um trabalho simples, natural, como se estivessem em uma linha de montagem, fazendo tudo sem pensar demais.

O consenso geral nos estudos sobre cafeína mostra que ela pode melhorar a sua produtividade, mas principalmente em certos tipos de atividade. Para pessoas cansadas que estão realizando um trabalho relativamente direto, que não exige muito pensamento abstrato ou raciocínio, o café demonstrou aumentar a quantidade e a qualidade dos resultados. A cafeína também demonstrou ajudar na criação e retenção de “memória declarativa”, o tipo que é mais usado por estudantes para lembrar de listas ou decorar respostas de questões para provas.

(Em uma nota relacionada semi-maluca que eu não consegui resistir a incluir, os pesquisadores insinuaram que este bônus de memória pode estar relacionado ao efeito de aumento de adrenalina causado pela cafeína. Presumivelmente, você tem memórias mais fixas de momentos aterrorizantes ou emocionantes da sua vida, por isso quase todo mundo se lembra onde estava e o que estava fazendo quando descobriu que John Lennon/Kurt Cobain/Renato Russo/Ayrton Senna morreu, ou quando viu na TV os atentados às Torres Gêmeas em Nova York.)

Porém, um estudo no qual as cobaias revisavam textos mostrou que uma melhoria mensurável foi sentida principalmente por aqueles que poderiam ser considerados “impulsivos”, ou que estivessem dispostos a sacrificar qualidade e precisão do trabalho por velocidade. E os efeitos foram observados apenas em testes conduzidos pela manhã, indicativo de que as cobaias podem ter ficado ligeiramente dependentes da cafeína, ou que tinham naturalmente melhor disposição para realizar aquele tipo de tarefa naquele período do dia.

Então, quando estiver pensando sobre os efeitos da cafeína no seu trabalho, pense em velocidade, não em poder. Ou considere esta uma questão não resolvida. Se ainda estamos no meio caminho para entender como a cafeína afeta o cérebro, certamente estamos muito longo de saber exatamente que tipos de elementos químicos ou processos são afetados quando, digamos, uma pessoa está escrevendo um texto sobre cafeína no meio de uma tarde depois de tomar muitas xícaras de café.

Ctrl+C: Gizmodo Brasil(excelente)

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