Porém, uma tatuagem é algo que vai te acompanhar pro resto da vida, é algo que precisa ser legal pra ti hoje, amanhã, em 10, 15 ou 20 anos. É algo que, na sua velhice, você vai olhar pra ela e não vai estar de saco cheio do desenho, é algo importante, é uma arte feita na sua pele. E essa arte precisa ser significante.
Eu, com 18 anos, pensei em toda minha vida e, lembrei da minha infância, de coisas legais que aconteceram e lembrei da casa de uma vizinha minha, que tinham algo que, na nossa infância, é mágico: Trevos de quatro folhas.
Ela era uma vizinha que brincava comigo até eu ter cerca de 5 ou 6 anos. Não era vizinha de porta, mas morava na mesma rua. Depois disso, ela se mudou. Parece que foi pra outro estado, ou era isso que minha mente infantil pegou do fato. Não lembrava mais o nome dela.
Resolvi então fazer um trevo de quatro folhas, além de significar minha infância feliz, colocando trevos de quatro folhas dentro de livros pra manter eles inteiros por anos, jogando bola, jogando pião, bolitas, pulando corda e outras brincadeiras infantis, iria também significar o desejo de sorte pra minha vida futura. Afinal, 18 anos são apenas o início da vida adulta.
Fiz a tatuagem na mão direita, a escolha do lugar não teve nenhum significado, apenas achei que ali ia ficar legal. Teria sempre a sorte na minha mão.
Alguns anos depois, quando já tinha 21, estava em uma festa infantil. A festa estava dividida entre parentes do pai e parentes da mãe. Eu estava como amigo do irmão da mãe. Ele olhou e viu as amigas do pai e se interessou.
"Vamos lá nos apresentar, pode rolar alguma coisa boa ali". Imediatamente uma delas me chamou atenção pelo cabelo cobreado, olhos verdes e alguns detalhes verdes espalhados.
Nos apresentamos e, quando fui apertar a mão da tal menina do cabelo cobreado, a surpresa...
Nós dois ficamos surpresos. Contei minha história da tatuagem, ela contou a dela. Não tinham nada em comum, mas a tatuagem nos uniu.
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