19.10.11

Gesul realiza pesquisa sobre aprovação da proposta separatista em Porto Alegre

A proposta de transformar a região Sul do Brasil em um país vai ser posta a prova neste sábado em Porto Alegre. O Gesul (Grupo de Estudos Sul Livre), organização formada por intelectuais que estudam o separatismo Sulista, vai realizar neste sábado, dia 15, na capital gaúcha a terceira e última pesquisa de opinião do ano na tentativa de captar as tendências de aprovação ou reprovação da proposta defendida pelo Movimento O Sul é o Meu País: transformar os três estados do Sul em um país.

A entidade já consultou os curitibanos e os florianópolitanos e os resultados praticamente se igualam, sendo que a proposta perde por cerca de um ponto percentual em Curitiba e é aprovada por também um ponto em Florianópolis. “Em Curitiba tivemos 35,4% favoráveis a proposta e 36,8% contrários, sendo que o número de indecisos é muito grande, chegando a 27,8% da população. Já em Florianópolis o número de indecisos é bem menor e os índices de aprovação se invertem. Tivemos 41,2% que aprovam a tese separatista e 40,5% que reprovam, sendo que 18,3% ainda estão indecisos”, explica Deucher. Agora todas as atenções se voltam para Porto Alegre onde os separatistas esperam um “desempate substancial que venha a reafirmar a tradição riograndense de apoio as idéias defendidas pelo Movimento O Sul é o Meu País desde março de 1992, quando ele foi criado oficialmente”, ressalta o secretário geral do Gesul, o jornalista catarinense Celso Deucher.

A pesquisa, segundo o secretário tem como principal objetivo transformar em números os níveis de aprovação ou reprovação à proposta defendida pelo Movimento que hoje esta representado em 895 municípios dos três estados meridionais. “Vamos colher 663 amostras deste grande universo que é a sociedade porto-alegrense, perguntando ao cidadão, caso o governo federal permitisse um plebiscito para separar a região Sul do Brasil (PR, SC, RS) se ele votaria a favor da separação, contra a separação ou ainda se estaria indeciso”, explica.

O Movimento O Sul é o Meu País reúne simpatizantes, militantes e lideranças na capital gaúcha a partir das 8:30 da manhã no CTG Estância da Azenha (Av. Aureliano de Figueiredo Pinto, 155, Praia de Belas, centro de Porto Alegre). O Encontro vai até as 17 horas e pretende no período vespertino, já analisar os números colhidos pelo Gesul.

Um projeto para cinco anos

Segundo Deucher, estas pesquisas de opinião são parte de um projeto do Movimento O Sul é o Meu País que se estende até 2015. “O Projeto de Consultas Populares pretende levantar dados estatísticos sobre o que pensa o povo Sulista em relação ao estado brasileiro. Nós temos pesquisas de anos anteriores que sinalizam para uma situação que se houvesse de fato este plebiscito, em média 75% da população Sulista votaria pela separação, optando por criar um novo país composto apenas pelo Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul”, afirma.

Ele explica que tradicionalmente os moradores das capitais são “mais conservadores na hora de decidir sobre este assunto” e por este motivo os índices de aprovação são mais modestos e os índices de indecisos altos. “Nas cidades do interior chegamos a desconfiar dos números e houve casos que repetimos a mesma pesquisa, pois houveram situações interessantes onde mais de 90% da população foi favorável a proposta separatista. Os resultados bateram dentro da margem de erro de 5%, comprovando índices altíssimos de aprovação”, informa Deucher.

O grande objetivo a ser alcançado com estas pesquisas e com as votações que vão ocorrer a partir de 2013, 2014 e 2015, segundo o secretário é “comprovar através de dados estatísticos que o povo sulista quer reavaliar sua permanência na federação brasileira”. Para tanto, as pesquisas, a partir de 2012, passam a ser registradas e sua metodologia e resultados estarão à disposição da critica e da apreciação de todos os cidadãos. “Em 2015, o Movimento O Sul é o Meu País var ter um dossiê composto de provas que consideramos irrefutáveis sobre a proposta de secessão e com estes comprovantes (os resultados) em mãos, poderá entrar nas instâncias jurídicas dos estados, do país e até a nível internacional, reivindicando um plebiscito oficial para consultar em definitivo o que pensam os cidadãos sulistas sobre o assunto”, afirma.

Deucher ressalta ainda que neste ano estão sendo consultados apenas os moradores das capitais, mas a partir do ano que vem, as pesquisas vão ampliar o número de municípios consultados, englobando todas as 48 cidades Sulistas que possuem mais de 100 mil habitantes. Já em 2013 o projeto vai consultar cerca de 900 municípios onde há representação formal do Movimento O Sul é o Meu País. “Em 2014 e 2015 não mais faremos pesquisas e sim votação simulada em todos os locais que o TRE possui urnas. Nestes locais também colocaremos nossas urnas e vamos colher o voto das pessoas utilizando a metodologia da cédula de votação em papel, usado antigamente no país”, diz.

Metodologia da pesquisa

Serão consultadas 663 pessoas residentes na capital gaúcha através de amostra aleatória simples sobre variáveis categóricas. “Este tipo de amostra aleatória é aquela na qual todos os elementos têm a mesma probabilidade de serem selecionados. Ao mesmo tempo, como variável categórica, serão efetuadas duas perguntas antecedendo a principal, pois precisamos saber se o entrevistado ou entrevistada é morador de Porto Alegre e se esta pessoa é eleitora”, explica o coordenador da pesquisa, Celso Deucher, que vem pessoalmente a Porto Alegre conferir os trabalhos.

Esta metodologia, segundo ele, é usada pelos principais institutos de pesquisa do Brasil como o IBOPE, o Data Folha e outros. “Optamos por usar a metodologia aprovada pela Associação Brasileira de Pesquisa justamente para que ela tenha uma margem de erro menor possível. Neste caso especifico trabalhamos com uma margem de 5%, para mais ou para menos e um nível de confiança de 95%, para que um possível erro amostral não ultrapasse os 5% que estimamos”, afirma. A pesquisa usa ainda os cálculos amostrais do professor Glauber Eduardo de Oliveira Santos, referência em pesquisas nas universidades brasileiras.

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