28.6.11

Sonho(ou, Te amo, porra!)

Estava subindo as escadas do shopping e, entre um lance de escadas rolantes e outro, a vi ali.
Linda de morrer, de largar tudo pra trás...

Aquela que faria meu pai me dizer:
"Filho, tu vai largar teu futuro brilhante pra ficar com uma guria drogada, bêbada, cheia de tatuagens, piercings, cabelo raspado e pintado?"
Óbvio que a minha resposta ia ser sim. Baixinha, olhos lindos. Tudo. Acho que a palavra é essa.

Ela estava ali, sentada no banco entre as escadas, aparentava estar esperando alguém. Vi que ela me viu, de canto, deixou até escapar um leve sorriso no canto da boca.

Demorou alguns segundos até minha cabeça funcionar e fazer eu olhar pra trás e querer voltar a escada rolante correndo.
Cheguei a descer dois ou três degraus, até olhar e ver que o cara que ela esperava já estava lá, sentado ao lado dela.

Isso me fez lembrar de quando conheci ela. Ela sentada naquele banco da estação me esperando. O tiozinho limpando o chão bem na hora que cheguei. Eu passei na frente dela e sentei na cadeira do lado. Ela puxando o telefone e fingindo que estava falando com a mãe:
"Mãe, pode ficar tranquila, ele não é um psicopata."

Segui meu caminho, então, subindo as escadas rolantes e fazendo o que tinha que fazer.

Mais tarde, na praça de alimentação, lá estavam os dois, rindo e comendo como namorados.
Ele era gatão, um cara boa pinta, forte, parecia ser daqueles caras que as mulheres se apaixonam só de olhar.

Mas, quando passei na frente dos dois, percebi que ela não estava tão feliz quanto parecia de longe.
Agente aprende isso com o tempo, pequenos movimentos que a pessoa faz denunciam tudo. Uso isso até hoje pra quase todas as situações da vida.

À noite, entrei no blog dela e lá estava o título da postagem: "Tem tanto e ao mesmo tempo não tem nada" algo do tipo "tem forma, mas nada de conteúdo".

Nem li o texto, só comentei:
Tu tem mais é que te foder.

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