27.4.11

Raiska


Durante um tempo eu dividi o ap com uma garota de programa.
Lembro perfeitamente do nome dela, mas, lembro mais de como ela gostava de ser chamada: Raiska.

Ela usava sempre este nome com os clientes, e eu chamava ela sempre assim, pra brincar. Ela me chamava de "Zóinho Azul", pra variar.

Ela era linda. Loira, olhos cor de mel, um corpo com absolutamente tudo no lugar, nada em excesso, nada faltando. Tinha escolhido o nome Raiska da bebida que bebera quando fez sexo pela primeira vez cobrando.

Certas vezes, cheirava...
Certas vezes, fumava...
Certas vezes, se injetava.

Foi uma das melhores convivências que já tive.
Ela tinha começado a trabalhar com isso pra pagar os estudos. Ela tinha vindo do interior pra estudar e acabou ficando sem dinheiro pra pagar a faculdade. Além disso, a família era pobre e os seus pais haviam dito que não dariam nenhuma ajuda se ela saísse de casa, o que acabou acontecendo.
Por conta disso, ela era extremamente responsável. Quando estava em casa, deixava tudo organizado.

Ela adorava cozinhar, então, agente até brigava, vez ou outra, pra ver quem iria cozinhar no almoço.
Ela passava minhas roupas, mas não deixava nem que eu chegasse perto das dela, ela às lavava.
Ela ajudava na organização e limpeza da casa, sempre de bom-humor.

Certas madrugadas, via ela chegar em casa e chorar por muito tempo no quarto antes de dormir.
Certas manhãs, eu levava café pra ela na cama. Ela dizia que nenhum outro homem no mundo faria o que eu fazia por ela, pra ajudar. Eu sempre discordava.
Certas tardes, ela caprichava no almoço e alugava um filme, pra assistirmos juntos no colchão no chão da sala.
Certas noites, ela dizia que não queria trabalhar, ia pro meu quarto e tínhamos a nossa noite juntos.

Ela dizia que me amava, mas que eu merecia algo bem melhor.
Quando ela partiu, chorou muito, disse que ia se tornar alguém na vida e que voltaria pra casar comigo, nunca mais tive notícias...

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