Eu sentei e fiquei esperando ela, na calçada.
Não tenho a mínima idéia de quanto tempo se passou desde a hora que eu cheguei ali até a hora que ela apareceu.
Eu levantei a cabeça. Ela me perguntou de onde eu tinha achado o endereço. Eu dei uma desculpa, não lembro qual.
Eu levantei, dei um abraço e desejei feliz aniversário.
Ela me abraçou sem jeito. Eu disse o que tenho dito pra ela há anos nesta mesma data:
"Eu sei que tu não curte a data. Mas é por causa das pessoas que só te desejam felicidades ou só te procuram hoje. Eu sempre te desejo isso, portanto, não vejo maldade."
Tivemos as formalidades de sempre: Pergunta como está, conta um pouco de como está, etc...
Fui convidado à entrar e tomar um café. Aceitei.
Ficamos conversando, perguntei de por que estar solteira, de novo falei o que eu pensava do cara, tive minha resposta.
Fui perguntado da mesma coisa, respondi.
Nessa hora, pra mim mesmo, fica bem claro o quanto ela representa pra mim.
É só uma guria com quem namorei séculos atrás e me incomodei horrores. Mas, também, foi na época mais brilhante da minha vida. A mais feliz, a mais como eu sempre queria, quero e, certamente, vou querer estar. Acordar de manhã e ter aquele rosto pra ver. Reparar em como a voz muda nas primeiras horas do dia. Ficar admirando, assim, do nada...
Eu aproveitei pra provocar, como sempre faço com a maioria das pessoas.
"Bah, teu café já foi melhor, quando tu me acordava com ele."
Não lembro qual foi a resposta que tive, mas, me fez ficar quieto e não provocar mais.
Conversamos soltos por um tempo. Contamos algumas histórias. Eu pensei em muitas coisas do passado e do presente.
Na hora de ir embora, soltei o texto pronto, que fiquei matutando na calçada e durante toda a conversa:
"Cara, pra mim, tu não é mais a mulher que eu amei, a guria que foi mais importante na minha vida. A que me fez ter gostos e manias, a que dividiu minha vida em duas e me fez crescer de maneira impressionante em um tempo mínimo.
Mesmo assim, tu ainda consegue ter a mágica daquela guria. Tu consegue me deixar como a criança que era naquela época. tu sempre me fez isso, sempre me fez perder o raciocínio.
Eu nunca vou cansar de falar o quão importante tu foi.
Só quero te desejar, hoje e todos os dias, felicidades, saúde, paz, sucesso na vida e que tu te cuide. Eu tô te achando meio magra. Já te abracei milhares de vezes e, tu anda meio magra. Te alimenta direito, te cuida e, vê se dá notícias. Tu não sabe a mão que foi saber pra onde eu tinha que ir hoje. Afinal, teu telefone eu não tenho faz uns dois anos."
Ela agradeceu e terminou com um "tu também te cuida".
Mais uma vez um "valeu aí!" ^_^
Keep Simple!
Um comentário:
Conheço essa crônica!!!!
Beijao Rafa, adoro suas crônicas vocês escreve muito bem!
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