4.8.10

Não gostou da manobra de Schumacher?

Senna já fez também

GP de Portugal de 1988. O duelo entre dois dos maiores pilotos da história começava quente, com Prost espremendo a McLaren de Senna contra a grama, apenas alguns metros após a largada. O brasileiro dá o troco alguns metros depois, fechando a porta sobre Alain na entrada da primeira curva.
Ao final da primeira volta, Prost entra com mais velocidade na reta dos boxes. Próximo à linha de chegada, ele abre para realizar a ultrapassagem sobre Senna, que joga o carro sobre o francês até ele praticamente tocar a mureta, do outro lado da pista. Não fosse o reflexo de Alain e dos mecânicos, ele teria atropelado as placas de comunicação das equipes
Alguém viu este cena, em algum filme recente?

Tudo se resume à apenas isso: o piloto sabe quando perdeu a posição. Existem muitas situações nas quais o resultado da disputa é incerto, como em uma freada tardia, mas em uma ultrapassagem que ocorre ainda no meio da reta, não há muito o que fazer - dentro do campo das manobras éticas.
Senna e Schumacher não são assassinos em potencial. Mas ambos são especialistas em realizar manobras defensivas e ofensivas do tipo "se você não recuar, nós dois vamos bater". A primeira curva do GP de Portugal de 88, cortando a curva no nariz de Prost, como se não houvesse alguém de seu lado, é um clássico exemplo de como o brasileiro disputava posições. Gostem os fãs, ou não.
Agora, no caso destes "chega pra lá" nas retas, a intenção é assustar o rival: se este levantar o pé inconscientemente, um milímetro que seja, sua velocidade no final da reta já será prejudicada. E se o atacante precisar esterçar muito rapidamente pra desviar, o atrito dos pneus também o fará perder alguns quilômetros por hora. Assim, o defensor tem mais chances de disputar a freada e entrar junto na curva. É maquiavélico, não é bonito, mas faz parte do automobilismo.

Na época de Senna, não havia tanto rigor de fiscalização comportamental dos pilotos, e dificilmente alguém era punido por este tipo de manobra. Só que hoje, as coisas são diferentes. Schumacher foi punido com dez posições a mais no grid da próxima corrida (Spa-Francorchamps), e esteve próximo de ter sido desclassificado: Derek Warwick, ex-piloto da Fórmula 1 e comissário do GP da Hungria, afirmou que isso só não ocorreu porque não houve tempo hábil para tomar a decisão.
"Dar a bandeira preta mostraria um melhor exemplo para nossos jovens pilotos. Mas no momento em que tivemos a prova de vídeo, já tínhamos perdido o tempo e tivemos que fazê-lo posteriormente", declarou o britânico à rede BBC.

Por isso, sejamos razoáveis: não há santos no mundo do automobilismo. Nunca houve.

Ctrl+C: Jalopnik Brasil.

Keep Simple!

2 comentários:

Anônimo disse...

Vai te fuder!!!Senna o maior piloto e o maior brasileiro de todos os tempo!

Rafael Tramontin disse...

Dá uma lida nisso aqui, amigo:
http://nostalgiaway.blogspot.com/2009/05/15-anos-sem-ayrton.html
Depois, conversamos, critica à vontade.
Obrigado pela visita ^_^