Era aniversário de um amigo daqueles que só vemos uma vez por ano e normalmente não temos mais nenhum amigo em comum, mas gostamos bastante, sabe?
Como não tinha amigos em comum com ele, teria que ser meu próprio motorista e ia ter que ficar sem beber.
Cheguei na festa uma hora depois do marcado para começar e haviam poucas pessoas ainda, mas aparentemente todos se conheciam e eu, conhecia apenas o aniversariante.
O que você faria? Bom, peguei um copo de alguma bebida e disse à mim mesmo: "Vai ser só essa pra descontrair, até a hora de ir embora, pela manhã, já estou livre e posso ir pra casa tranquilo".
Dito e feito, aquele foi o único copo que peguei espontaneamente durante a noite. mas, qualquer grupo de pessoas que abordava, acabava tomando um gole de sua bebida. O resultado foi que quando a festa acabou, por volta de duas da manhã, ainda estava tonto. O pior, NINGUÉM ia para o mesmo lado que eu, teria que ir sozinho e com cuidado pra não dar nada errado.
Felizmente estava bem o suficiente pra ter consciência do meu estado e voltei dirigindo de forma cuidadosa. Ao passar por uma avenida conhecida por entretenimento masculino, vi uma loira fantástica, a única na rua aquela hora, e aparentemente estava esperando um taxi passar para ir embora. Meio tonto, resolvi me aproveitar.
Parei o carro ao lado, abri o vidro e perguntei: "Pra que lado vai?"
Ela apontou justamente o lado que ia. "Entra que te dou uma carona."
Assim que ela entrou no carro e a luz interna a iluminou, vi que a mulher não tinha nascido mulher, era uma cilada.
"Putz desculpa, eu achei que era uma amiga minha e..."
Antes que eu terminasse a frase, luzes de um carro de polícia se iluminaram meu carro. "Puta que pariu, parei em local proibido!"
Tentei arrancar, mas fui parado pela sirene. Imediatamente tive armas apontadas para o carro e gritos de "Desce magrão!"
Desci, fui apoiado no carro e revistado.
"O que tu e tua namorada têm pra esconder aí?"
"Ela não é minha namorada, só ia dar uma carona."
"E por que tu ia fugir?"
"Eu pensei que estava parado em lugar proibido."
"Tá na nóia, né magrão? Tu e tua namorada."
"Ela não é minha namorada, eu tô tranquilo."
Eles pegaram os documentos e foram averiguar. Sorte que a garota não tinha nada com ela também. Mas só conseguia pensar na cena de chegar na delegacia com um travesti. Certo que meu apelido viraria Ronaldo pro resto da vida. Só conseguia repetir pra mim mesmo infinitas vezes: "Puta que pariu".
Não havia nada de errado com os documentos e pra minha sorte, não fizeram teste do bafômetro.
"Vai lá magrão, pode ir embora com tua namorada."
Certo que aquilo era uma armadilha, uma cilada.
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