É o fim de uma era. Depois de 12 anos de sucesso, a Sony confirmou que não fabricará mais o PlayStation 2, console que transformou a empresa japonesa em um concorrente de peso da Nintendo, a mais importante marca do mercado de games em todo o mundo. Por ora, a fabricação será interrompida apenas no Japão, mas a decisão antecipa uma inevitável ação estratégica, que acontece às vésperas da empresa mostrar ao público o PlayStation 4, sucessor de seu atual sistema (PlayStation 3).
O PS2, como ficou conhecido, foi lançado no Japão em março de 2000. Nos Estados Unidos, chegou às lojas sete meses mais tarde. O aparelho pertence à sexta geração de videogames, também conhecida como "era 128-bits", devido à capacidade de processamento. Seus principais concorrentes eram o Dreamcast (da Sega), o Xbox (Microsoft) e o GameCube (Nintendo).
Ao longo dos anos 2000, o console reinou absoluto. Ao todo, a Sony comercializou mais 150 milhões de unidades em todo o mundo, o que garantiu ao aparelho o título de videogame mais vendido da história. A razão de todo esse sucesso está nos recursos que ele popularizou. Graças à capacidade de rodar DVD, o aparelho se transformou também em um media center, conceito até então pouco difundido.
O PS2 não chegou a migrar do quarto dos adolescentes para a sala da família, como faria o Wii, da Nintendo, anos mais tarde. Isso porque seus games sempre foram voltados a jogadores mais experientes, e não aos novatos. Assim mesmo, ele aperfeiçoou muitas inovações trazidas pelo Dreamcast, no final de 1998.
Por um golpe de sorte, a Sega passava por uma fase ruim, em que apostar em hardware já não fazia mais parte do negócio. Com o fim da fabricação do console em 2001, o PS2 se transformou no videogame mais inovador e em um sonho de consumo para jovens de todo o mundo. Ele era compatível com o antecessor PlayStation, ou seja: rodava os jogos do sistema anterior. Isso ajudou a impulsionar a plataforma.
Outros recursos de vanguarda acompanharam o lançamento do videogame. Além de rodar CD e DVD, ele possuía duas entradas USB e um adaptador para o acesso à internet. Ainda que, à época, a conexão não oferecesse uma experiência satisfatória ao jogador, o console permitia partidas on-line. Outra vez, o Dreamcast havia sido pioneiro ao pensar no conceito de rede, mas foi o PS2 que mostrou ao mercado como esse recurso funcionaria nos consoles a exemplo do que já acontecia nos PCs.
A longa vida útil do PS2 é devida aos acessórios lançados para o aparelho na última década. Ele possuía um controle de TV, que podia ser usado na reprodução de filmes, HD externo, cartões de memória, teclado, mouse e fone de ouvido. Permitia ainda a conexão de microfones para jogos de karaokê, tapete de dança para games musicais, volantes para títulos de corrida, armas para atrações de tiro e até guitarras para simuladores – caso do revolucionário Guitar Hero.
Outra inovação testada pelo PS2 foi a EyeToy, câmera digital capaz de reconhecer gestos do usuário. O acessório da Sony detectava movimentos, cores e sons e permitia que o jogador interagisse com os games sem o uso de joystick. À época, a tecnologia não estava lapidada e, por isso, não foi muito adiante nas mãos do PS2, mas indicou uma tendência. A ideia virou, por exemplo, a força por trás do Kinect, sensor de movimento da concorrente Microsoft.
Muitos jogos importantes foram desenvolvidos para a plataforma. Segundo a Sony, o catálogo de games para PS2 tem mais de 10.000 títulos. Alguns seguem fazendo sucesso no PlayStation 3; outros, não. Todos, contudo, têm em alguma medida a marca do já saudoso PS2.
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