13.4.11

Devassa


Ela era uma mulher bem decidida.

Tinha sua vida toda planejada, desde que tinha seus 16 ou 17 anos.

Tinha cursado faculdade, era formada, bem instruída, andava sempre bem vestida...

Entre seus 20 e 30 anos, tinha surgido uma oportunidade incrível, ela abraçou, deu certo e tinha o emprego que sempre sonhara. Tinha seu próprio escritório, visitava seus clientes, fechava contratos caríssimos, conquistava seus clientes, tinha sucesso em tudo o que se empenhava. Suas amigas costumavam dizer que ela tinha o toque de Midas. Tudo o que ela tentava fazer, rendia e trazia sucesso. Sua vida era próspera e, certamente, tinha tudo pra se tornar uma das mulheres mais ricas e bem sucedidas do país em pouco tempo.

Ela, também, era linda no seu modo feminista de ser. Sempre vestia roupas sociais, seu cabelo, bem loiro, sempre preso ou curto, pra manter a seriedade.

Ela sempre dizia que a felicidade vinha com o sucesso no trabalho e com um bom salário. Nunca teve nenhum relacionamento muito duradouro, pois, sempre deu preferência à sua carreira. A única coisa que ela nunca largava de mão era das poucas e boas amigas, as eternas companheiras.

Toda quarta-feira elas tinham seu Happy Hour. Tomavam aquela cerveja, bem loura, riam e se divertiam.

Até que, em uma destas quartas, uma das amigas ficou fascinada por um homem que assistia o futebol em outra mesa. Ela se ofereceu pra ir falar com o cara e falar que sua amiga estava interessada.

Ela foi. Os dois conversaram de um jeito bem direto. Ele falou que ele queria ela, não a amiga. Ela disse que não era com ela a coisa...

Resultado, os dois em um motel, horas depois.

Depois disso, ela largou sua vida de executiva, virou dona de casa, lava a roupa, cozinha, limpa a casa...
O cabelo agora é comprido, as roupas, muito mais simples e um sorriso vive em seu rosto.
Na quarta-feira, quando seu marido vai ver o futebol, ela vai com as amigas pro Happy Hour de sempre e conta o quão feliz vive e o quanto é bem comida.

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