"Mas olha lá quem vem chegando
- Olá sobrinho
- Tia mariquinha!
- É verdade, de roupa nova!"
Às vezes vou me lembrando
do baile da mariquinha,
do xote velho largado
e da rancheira que vinha,
do café de chaleira
que a cumadre me servia,
farofa e feijão mexido
com uma quarta de farinha.
A melhor coisa do mundo era
o baile da mariquinha
"Mas que tal tia mariquinha, e o baita macho?
- Aquele bandido pára pára que a tia marica tá toda arrepiada!
- Afinal tia marica ele dançou e lhe deu algum beijo?
- Que nada me deu um carão e duas marca e me deixou que nem cavalo de lingo sem nada na boca lógico..."
Chegava os fins de semana
sábado de manhãzinha
dava dava dava dava aquele reboliço
mexerico de vizinha
e as véias batiam guizo
prás meninas na cozinha,
Ai vai botá um vestido novo juracy
presente da tua madrinha.
Todo mundo se aprumava
pro baile da mariquinha.
E os convidados do baile
que baile tchê
do baile da mariquinha.
Uns à pé e de à cavalo,
outros de carreta vinha.
E começava a dançar
gente grande pequenina,
ferravam na meia canha
com trovas e ladainhas.
Muito casamento deu
no baile da mariquinha.
"Lá no baile da mariquinha tinha de tudo prá moçada engraxar o bigode..
- É verdade
- Tinha costela gorda mulita na casca café preto com mistura bolo frito cuzcuz
- E não esqueça da velha cueca virada
- A senhora na cozinha ficava muito engraxada tia marica?
- Ah que horror a velinha ficava mais engraxada que telefone de açougueiro..."
E a segurança do baile
era de primeira linha,
tinha tinha tinha tinha o zapa no comando
e lá na copa o bijuquinha
E se estourasse a peleia
o tio zapa atendia,
tirava a indiada lá prá fora
e no tapa resolvia
A alegria continuava
no baile da mariquinha.
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